Otávio Rosso/Brasil 247 – A atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem causado incômodo crescente entre as lideranças do Partido Liberal (PL). De acordo com reportagem do g1, dirigentes do partido avaliam que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro tem contribuído para o agravamento da crise enfrentada pela direita brasileira após o anúncio de tarifas contra o Brasil pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Entre os bastidores do PL, o diagnóstico é direto: Eduardo estaria “incontrolável”, não ouviria ninguém dentro do partido e não teria contribuído com propostas para resolver a crise instaurada. A avaliação é de que sua postura, em vez de ajudar, tem aprofundado divisões internas e prejudicado a imagem da direita em um momento delicado.

Quando confrontado por colegas de partido sobre o impacto negativo da sua atuação, Eduardo tem insistido que não solicitou o tarifaço, e que sua intenção era acionar a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A legislação americana permite aos Estados Unidos aplicar sanções a cidadãos estrangeiros acusados de graves violações de direitos humanos ou corrupção sistemática.

Mesmo com esse argumento, lideranças do PL acreditam que Eduardo ainda não foi claro o suficiente ao se desvincular da medida anunciada por Trump. Internamente, parlamentares afirmam que, desde o início da crise, pediram duas ações específicas ao deputado: que cessasse os ataques ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e que deixasse claro que nunca pediu as tarifas. A primeira foi atendida após intervenção direta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL); a segunda, segundo interlocutores, permanece sem uma resposta firme.

Bandeira de Trump causa mal-estar no partido – Na última terça-feira (22), parlamentares do PL ergueram uma bandeira em apoio a Donald Trump, o que provocou críticas internas.

Setores mais pragmáticos do partido consideraram a ação desastrosa. Avaliaram que o gesto desviou o foco da insatisfação com a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de suspender as reuniões de comissões — medida tomada após tentativas de incluir moções de apoio político a Jair Bolsonaro nessas pautas.

Deputados como Sargento Fahur (PSD-PR) e Delegado Caveira (PL-PA), que participaram do ato, foram advertidos de que manifestações individuais seriam mais aceitáveis, mas, em grupo, ações como aquela só acentuariam a crise e desgastariam ainda mais a imagem do partido.

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