Paulo Emílio/Brasil 247 – O senador Carlos Viana (Podemos-MG), integrante da oposição, foi eleito presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, derrotando o governista Omar Aziz (PSD-AM). Segundo o UOL, Viana obteve 17 votos contra 14 de Aziz, em uma disputa que mobilizou a base aliada e a oposição no Legislativo.
Assim que o resultado foi anunciado, parlamentares oposicionistas iniciaram coros contra o PT. A vitória foi considerada um revés para o governo, que buscava controlar os rumos da investigação para evitar repercussão negativa sobre a fraude bilionária envolvendo o INSS.
Como presidente da CPMI, Viana passa a comandar as sessões de depoimentos, definir a agenda de reuniões internas e conduzir os trabalhos da comissão. O Palácio do Planalto pretendia que a investigação tivesse perfil mais técnico e discreto, sem ampliar o desgaste político para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tenta recuperar popularidade desde que o escândalo levou à queda do então presidente do INSS e do ministro da Previdência Social.
Na contramão, a oposição pretende usar a CPMI como vitrine política. A estratégia é reforçar a narrativa contra o governo, ofuscar o debate sobre o aumento de tarifas e desviar atenções de temas que desgastam a direita, como as sanções impostas pelos Estados Unidos — medidas que contaram com apoio do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O novo presidente da CPMI escolheu o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) como relator. Considerado um aliado do bolsonarismo, Gaspar terá a responsabilidade de elaborar o relatório final, com possíveis pedidos de indiciamento e encaminhamentos para Polícia Federal e Ministério Público.
Gaspar já atuou em casos de interesse direto da oposição. Foi relator do pedido de suspensão de processo criminal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), investigado por participação em tentativa de golpe de Estado.