Guilherme Levorato/Brasil 247 – Durante entrevista concedida à TV 247 nesta terça-feira (10), a vereadora do Recife pelo PT e professora de Direito Liana Cirne Lins afirmou, de forma categórica, que Jair Bolsonaro (PL) foi o responsável intelectual pela tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo a parlamentar, o depoimento prestado pelo tenente-coronel Mauro Cid ao Supremo Tribunal Federal (STF) não deixa dúvidas sobre o papel central exercido por Bolsonaro na elaboração e condução do plano golpista.

“A autoria intelectual de Jair Bolsonaro está confirmada”, declarou Liana Cirne, ao destacar que o ex-presidente não apenas participou ativamente da criação da minuta do decreto que visava anular o resultado eleitoral, como também liderou reuniões com os comandantes das Forças Armadas. “Ele era o responsável, era quem controlava as operações delituosas”, afirmou. E reforçou: “Bolsonaro teve o domínio do fato. Ele editou a minuta do decreto golpista, participou de sua elaboração, comandou e presidiu as reuniões com os chefes militares”.

A jurista ainda sublinhou que os atos praticados por Bolsonaro evidenciam a tentativa de consumação de um crime contra o Estado Democrático de Direito. “Me parece que o depoimento de Mauro Cid realmente compromete totalmente Jair Bolsonaro”, concluiu.

Quatro horas de depoimento e uma confissão integral – As declarações de Liana se referem ao interrogatório de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, realizado nesta segunda-feira (9) no STF. Durante cerca de quatro horas, Cid confirmou todos os elementos já prestados em sua colaboração premiada firmada com a Polícia Federal. “Confirmo integralmente o conteúdo da minha delação”, afirmou, ao ser questionado pelo ministro relator Alexandre de Moraes.

O ponto mais grave do depoimento foi a revelação de que o próprio Bolsonaro editou pessoalmente a chamada “minuta do golpe”, que previa, entre outras medidas, a prisão do ministro Alexandre de Moraes e a anulação das eleições que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) presidente da República.

Outro elemento citado foi um documento chamado “Copa 22”, que, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), previa inclusive o assassinato de Lula, Moraes e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Cid negou ter repassado o conteúdo, mas reconheceu que o material foi discutido em reunião na casa do general Braga Netto.

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