Da CNN Brasil – A  Fitch Ratings aumentou a nota de crédito da Petrobras de “BB-” para “BB”, o primeiro aumento em 15 anos.

No pregão de hoje, as ações da petroleira operam em alta de 5%, em linha com o desempenho positivo do Ibovespa, que subia 1,4%, por volta das 15h20.

A decisão da agência seguiu melhora na avaliação de rating soberano do país.

Na última quarta-feira (26), a agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou de “BB-” para “BB” a nota de crédito do Brasil.

Com isso, o país fica a “dois passos” de atingir o chamado “grau de investimento”, que abarca os países com classificação entre “BBB” e “AAA”, nota máxima, o chamado triple A.

Após a medida, a Fitch melhorou a nota de um total de 19 empresas brasileiras.

Segundo Gilberto Gonzalez, a mudanças na avaliação de risco foi motivada pelo desempenho macroeconômico e fiscal do soberano brasileiro melhor do que o esperado em meio aos choques.

Além disso, as “políticas proativas e reformas” e “a expectativa da Fitch de que o novo governo trabalhará para melhorias adicionais” foram outros fatores destacados pela agência.

A Fitch ainda aponta para o crescimento resiliente do país e para a política monetária “prudente” como fatores para a avaliação.

Nova política de dividendos

A alta das ações nesta segunda-feira (31) reflete, principalmente, a reação dos investidores à nova política de dividendos da Petrobras.

Também na sexta-feira (28), o conselho de administração da Petrobras informou ao mercado que adotará uma nova política de dividendos. A nova política irá reduzir o valor pago aos acionistas.

Em fato relevante, a empresa abriu ainda a possibilidade de criação de um programa de recompra de ações.

Uma das promessas de campanha do governo Lula era justamente alterar a política de dividendos da estatal.

O petista critica a política adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que fez da Petrobras uma das maiores pagadoras de dividendos do mundo no governo passado.

De acordo com a nova diretriz, a Petrobras estabeleceu um dividendo trimestral de 45% de seu fluxo de caixa livre — diferença entre fluxo de caixa e investimentos que será destinada a dividendos.

O número representa uma redução em relação aos atuais 60%, desde que a dívida bruta da empresa esteja abaixo de US$ 65 bilhões, conforme previsto no atual plano estratégico em vigor da estatal.

No entanto, o valor ainda está acima dos 40% projetados por analistas do mercado.

“As referências a valores específicos de dívida bruta foram substituídas pela expressão ‘nível máximo de endividamento definido no plano estratégico em vigor’, eliminando a necessidade de atualização da Política numa eventual mudança de referência de endividamento. No plano atual esse valor é de US$ 65 bilhões”, afirma a estatal em comunicado.

A nova política entrará em vigor imediatamente e será aplicada aos resultados do segundo trimestre de 2023.

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