Há algum tempo venho enfatizando a necessidade de a esquerda rever suas estratégias e seu discurso.
Não se trata aqui de modificar as pautas que defende, mas o modo como as defende.
É preciso compreender a conjuntura política atual.
É preciso compreender os novos formatos de comunicação política.
É preciso antever as conjunturas possíveis, preparando-se para elas.
Há quem se chateie com meus apontamentos, mas não pararei de fazê-los, pelo simples fato de que fingir que o problema não existe não faz com que ele deixe de existir.
Não quer que eu faça tais apontamentos? Refute-me publicamente.
Se eu estiver errado, reconhecerei. Caso contrário, continuarei.
Não podemos nos tornar um grupo de burocratas, que confiam o futuro do seu país, seu estado e seu município à influência que podemos ter na política mediante o fornecimento de recursos financeiros, espaços e empregos.
Precisamos retomar a busca pelo poder substancial.
Precisamos nos empenhar na ocupação e retomada de espaços, não apenas em cargos comissionados e eletivos, mas nas instituições civis, militares, meios de comunicação, universidades, sindicatos e, principalmente, nas ruas.
Precisamos retomar as ruas.
Mas, para isso, devemos compreender com clareza a conjuntura atual, para, a partir dessa compreensão, montar a estratégia correta.
Estou empenhado nisso, porque, gostem ou não, eu tenho um sonho: o de que a esquerda retome o carisma das massas.