Por Moisés Mendes, do DCM – A rejeição a Bolsonaro nessa eleição, por parte de eleitores e de parceiros de luta, é mais do que constrangedora para quem pretendia ser visto, por muito tempo, como líder da extrema direita que vinha engolindo a velha direita.

É muito mais do que ser abalado pelo desprezo de liderados. É pior do que ter a prova da desimportância da sua imagem até para o fascismo. É também mais desmoralizante do que saber que, além de não atrair votos, ele atrapalha as campanhas.

É mais complicado do que perceber que, no embate que não desiste de fazer com Lula, ele afugenta possíveis eleitores de Ricardo Nunes e de outros candidatos, enquanto Lula atrai eleitores para Guilherme Boulos e nomes das esquerdas em cidades grandes e médias.

O pior do que não significar quase mais nada e ser rejeitado é saber que, exatamente por enfrentar essa degradação, deverá ser completamente abandonado como um leão velho, sem dentes e imprestável. E que, sem a proteção dos seus, finalmente será alcançado pelo sistema de Justiça.

Bolsonaro foi escondido nos biombos das campanhas da direita. Só aparece, mais como gesto de desespero, nas propagandas de Alexandre Ramagem no Rio e de outros do terceiro time da extrema direita. Todos com chances mínimas de chegar ao segundo turno.

Candidatos que conseguiram calibrar seus reacionarismos e se posicionar bem nas pesquisas, nas grandes capitais, não querem saber de Bolsonaro por perto. Como Nunes em São Paulo e Sebastião Melo em Porto Alegre.

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