Guilherme Levorato/Brasil 247 – Em declaração conjunta à imprensa nesta quarta-feira (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou duramente a omissão de países e instituições diante das atrocidades cometidas contra a população palestina. A fala ocorreu durante a recepção oficial ao presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, em Brasília. Segundo Lula, “nunca tivemos medo de apontar a hipocrisia dos que se calam diante das mais flagrantes violações do nosso tempo”. A cobertura é da Agência Brasil.
Solidariedade à Palestina e defesa da ONU – Durante a coletiva, Lula reiterou o apoio do Brasil ao reconhecimento do Estado Palestino e sua entrada plena na Organização das Nações Unidas, afirmando que esse passo é essencial para viabilizar uma solução de dois Estados. Ele destacou a convergência entre Brasil e Indonésia na denúncia das violações em Gaza: “Nossos países também têm denunciado incansavelmente as atrocidades cometidas contra a população palestina em Gaza”.
Entrada da Indonésia no BRICS e crítica ao uso da força – Ao comentar a recente entrada da Indonésia no BRICS, o presidente brasileiro celebrou a afinidade histórica entre os dois países: “Dar as boas-vindas à Indonésia ao BRICS foi como abrir a porta de casa para um amigo de longa data”, disse Lula. Ele também elogiou a crítica feita por Prabowo durante a Cúpula do bloco, quando o líder indonésio condenou a submissão do direito internacional ao uso da força. Para Lula, “a defesa do multilateralismo é mais necessária hoje do que em qualquer outro momento”.
Lula reforçou ainda o apoio à adesão da Indonésia ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), mais conhecido como Banco dos BRICS, destacando seu papel no financiamento de projetos no Sul Global.
Cooperação pela paz e por soluções sustentáveis – O presidente afirmou que Brasil e Indonésia “são vozes importantes em favor da paz” e lembrou que os dois países defendem o diálogo como única via para encerrar a guerra na Ucrânia. Agradeceu ainda a participação da Indonésia no grupo de Amigos da Paz, iniciativa conjunta com a China.
Na esfera econômica e ambiental, Lula ressaltou os avanços no comércio bilateral — que atingiu em 2024 seu maior patamar histórico — e defendeu uma aliança para o desenvolvimento sustentável da bioenergia. Segundo ele, “é possível produzir bioenergia de forma sustentável, mas a definição de padrões deve ser feita na esfera multilateral, e não unilateralmente por alguns países ou blocos”.
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