Não sou como o progressista romântico, que acha que devemos manter uma pureza de discurso que, muitas vezes, inviabiliza a ocupação de espaços e o exercício efetivo de poder.
Também não sou como o progressista entreguista, que aceita todo tipo de aliança apenas para manter seu poder e de seu grupo político.
Gosto de pensar que sou pragmático, como Lula.
Lula faz alianças pensando na ocupação efetiva de espaços, o que possibilita a concretização de políticas sociais progressistas a curto, médio e longo prazos, incapazes de ser realizadas tanto pelo romântico, que é limitado na ocupação dos espaços, nem pelo entreguista, que ocupa os espaços apenas formalmente.
A tendência do PT neste ano é manter as “amplas alianças”, como a que Lula fez com Marta Suplicy em São Paulo.
Mas cabe perguntar: quais os limites?
Precisamos ter limites, sob pena de deixarmos de ser pragmáticos e passarmos a ser entreguistas.
Proponho alguns limites objetivos às “alianças mais controversas”:
1) Devem possibilitar a ocupação de cargos eletivos que permitam o exercício efetivo de poder e avanços concretos nas políticas sociais e pautas progressistas;
2) Não podem ter como finalidade apenas a manutenção de projetos de poder pessoais nem vitórias meramente formais (um prefeito que se elege, mas é totalmente refém do centrão. p.ex.);
3) Não se deve buscar alianças com adversários que possuam posicionamento político totalmente distinto do da esquerda;
4) Os efeitos positivos da aliança não podem se restringir a 2024, atingindo 2026 e, se possível, 2028.
São apenas alguns critérios que sugiro, dentre muitos possíveis.
Na minha opinião, tanto a aliança de Fátima com Walter, quanto as de Lula com Alckmin e Marta Suplicy passam no crivo dos critérios acima.
Mas talvez outras não passem.
O que acharam do tema?