Por @silverioalvesfilho

A relação necessariamente complementar entre fé e caridade é relatada em toda a Bíblia, especialmente no testemunho de Jesus e dos Apóstolos.

Há, porém, um capítulo que pode ser encarado como a declaração mais expressa nesse sentido: o capítulo dois da epístola de São Tiago. Lá, ele diz expressamente que a fé sem obras é morta (2,17). Se é morta, não conduz à salvação.

Como exemplo de boas obras apresenta expressamente a caridade, relativa às necessidades materiais do indivíduo (Tg 2, 14-17).

Para que não restasse dúvidas de que uma fé teórica e meramente individual não é uma fé verdadeiramente cristã, arremata: “Mostre-me a tua é SEM tuas obras, que eu te mostrarei a minha fé PELAS minhas obras” (Tg 2,18), chegando ao ponto de dizer que “crer em Deus até os demônios creem, e estremecem”(Tg 2, 19).

Infelizmente, em algum momento, o Evangelho do Serviço começou a dar lugar ao da prosperidade individual e, mais recentemente, ao “coaching”: em vez de “a fé sem obras é morta”, essas novas compreensões de cristianismo pregam algo como “a fé sem prosperidade financeira é morta” ou “mostre-me a tua fé sem crescimento pessoal, que eu te mostraria a mina fé pela minha prosperidade”.

Em tempos como este, considero pertinente lembrar de exemplos que, nos passos de Cristo e do Apóstolo Tiago, viveram um Evangelho do Serviço, servindo, por meio da fé, como instrumento do amor de Deus na caridade.

Por isso, de hoje em diante, todos os domingos, publicaremos um artigo ou um vídeo sobre os ensinamentos e a trajetória de Monsenhor Expedido, um padre católico do RN que sempre recordava, remetendo-se às palavras do seu amigo Dom Helder Câmara, que “Deus não o havia feito pastor de almas desencarnadas”.

Convidamos vocês a fazerem parte deste percurso “Nas entranhas da Misericórdia”.

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