Pedro Barciela/ICL Notícias – Após o anúncio da carta enviada por Donald Trump para o governo brasileiro, a mobilização bolsonarista buscou cooptar as conversações sobre o tema. Sem muita eficácia, essa manobra se manteve entre 12% e 28% (a depender da plataforma e abordagem).

Assim, é possível afirmar que a perspectiva bolsonarista do episódio, que envolve a defesa de “punição coletiva” como resposta a impunidade de um indivíduo (Jair Bolsonaro) não gerou a catarse esperada nas redes, muito pelo contrário. O buzz das últimas horas está centrado nas críticas às taxas, no comportamento da extrema direita e no viralatismo dos bolsonaristas: entre 62% e 78% das ocorrências exigem reciprocidade, criticam o crime de lesa-pátria e evocam o nacionalismo como elemento em disputa contra o governo Donald Trump e seus apoiadores no Brasil.

Para além do pico de menções aos atores Lula (940 mil menções), Trump (760 mil), Bolsonaro (596 mil) e STF (328 mil) está o pico de menções a outro termo: BRASIL, com 1,4 milhões de menções. Os termos SOBERANO (35%) e RESPEITA (30%) são os que mais se repetiram junto ao termo BRASIL nas últimas horas.

Ao analisarmos mais de 35 mil comentários sobre o tema a partir de portais de imprensa, o cenário é bastante explícito: 78% expressam repúdio à taxação dos produtos brasileiros e à atuação da família Bolsonaro, especialmente Eduardo Bolsonaro. Outros 12% expressam apoio à medida de Trump.

Entre as abordagens mais identificadas no conteúdo analisado, 29% dos comentários evocam o princípio da reciprocidade nas relações exteriores, com ênfase na soberania brasileira e no direito do país de não se submeter às vontades do governo norte-americano. Expressões como “Brasil não é quintal dos EUA” e “devolve com 100%” são recorrentes.

Outros 29% atribuem a origem da taxação à atuação de aliados de Jair Bolsonaro, especialmente Eduardo Bolsonaro, que estaria nos EUA “trabalhando contra o Brasil”. Acusam a família Bolsonaro de agir de forma antipatriótica, incentivando Trump a adotar sanções para prejudicar o governo Lula. Essa responsabilização também inclui críticas a parlamentares do PL que apoiaram resoluções favoráveis a Trump.

[Continua no site]

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