Por Alex Galeno, do Saiba Mais – Em tempos de desesperança as bocas populistas abundam em demonstrar sorrisos eleitoreiros. Tomados pela maquiagem do marketing aparecem sempre sorrindo. Entretanto, neste segundo turno da eleição em Natal, presenciamos um diferencial.
De um lado, a expressão vigorosa e carismática de uma jovem candidata que mostra os dentes da sensibilidade, beleza e rebeldia. Noutro, vimos um rosto tomado pelo fechamento da alma, da linguagem empolada e retórica de um candidato testosterona a la Bolsonaro.
Há uma cena em O nome da Rosa de Umberto Eco, que nos ilumina sobre o significado do riso como profanação aos olhos e ouvidos dos conservadores na Idade Média.Nataliar é se deixar tomar pelo sorriso profano no presente. Profanação não como heresia aos credos religiosos múltiplos da cidade, ao contrário, profano porque enfrenta com alma alegre e rebelde a cara dura e careta do candidato adversário.
Além do sorriso, Natália anuncia uma outra cidade: licitação dos transportes, fim do sorteio de vagas na creches, vice-prefeitura na Zona Norte, programa de controle digital para combater roubos de celulares, apoia a Engorda de Ponta Negra com a devida observação às normas ambientais, compromisso com a expansão da cultura nos bairros e apoio aos artistas da cidade de Natal etc. Portanto, o rosto alegre apresenta compromissos coletivos com a população. E, também, carrega a marca utópica do ex-prefeito Djalma Maranhão quando marcou sua gestão popular na educação com a campanha “ De pé no chão também se aprende a ler” a partir do método Paulo Freire.
Natália é a mudança de estilo da gestão como um bem público e não como uma mercadoria ou negócio. Ela com seu sorriso nos imprime a emoção profunda de Belchior quando canta, “que uma nova mudança, em breve vai acontecer. (…) No presente, a mente, o corpo é diferente/ E o passado é uma roupa que não nos serve mais”. Cantemos com Natália o refrão por uma outra Natal.