Ontem, 10, sem se preocupar minimamente com critérios jornalísticos relacionados à apuração dos fatos, o (pseudo)jornalista Gustavo Destemperado Negreiros, por má-fé ou incompetência, na presença dos jornalistas Ênio Sinedino e Breno Perruci, afirmou que o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Norte só tem “jornalista incompetente que ganha o piso (salarial”) e que é “reeira”.
Justificou o ataque sob a afirmação de que o sindicato teria criticado o vandalismo no IDEMA e a agressão a jornalistas presentes no local, mas não havia criticado a agressão do bolsista a uma mulher.
Gustavo chamou de “reeira” o sindicato dos jornalistas potiguares num programa jornalístico, na presença do proprietário da empresa jornalística (Ênio) e de um ex-presidente da entidade de classe (Breno).
Breno, um dos poucos jornalistas que restam na emissora, saiu em defesa do sindicato, corretamente.
Ênio, embora tenha aparentado constrangimento, manteve-se silente.
Ocorre que, se a rádio tivesse analisado de modo minimamente competente as imagens divulgadas ontem, seus jornalistas teriam sido menos taxativos nas acusações contra o bolsista.
De fato, qualquer jornalista com um mínimo de bom senso e preparo perceberia que as referidas imagens eram inconclusivas. E não se faz afirmação taxativa com base em imagem inconclusiva.
Eu disse isso ontem no meu blog, sustentando que não poderia determinar de quem havia partido a agressão. Por isso, fui criticado por alguns companheiros de esquerda. Contudo, expliquei que minha maior distinção para a blogueiragem bolsonarista potiguar não é a preferência política, mas o caráter.
Hoje, 11, nosso blog, editado por este que não é um jornalista, publicou em primeira mão um vídeo sobre outro ângulo, comprovando, agora taxativamente, que as agressões à mulher partiram do assessor bolsonarista de Ériko Jácome.
O sindicato de jornalistas, com os seus “jornalistas de piso salarial”, fez um trabalho jornalístico: ateve-se a uma apuração técnica dos fatos.
O Blogueiro Destemperado, durante um dos programas jornalísticos de maior audiência do Estado, transmitido na rádio mais estruturada de Natal, humilhou um bolsista publicamente, tratando-o como agressor de mulher, quando na verdade era vítima de um bolsonarista enfurecido.
Ou Gustavo cometeu um ato de extrema incompetência jornalística, porque não soube interpretar fatos básicos, ou de extrema má-fé, caso em que teria, inclusive, praticado o crime de difamação, já que sua conduta teria sido dolosa.
Em qualquer caso, trata-se de um episódio triste para a história do jornalismo (que ainda existe) 96FM.
A emissora pedirá desculpas ao sindicato da categoria?