Aquiles Lins/Brasil 247 – A política brasileira viveu, nesta segunda-feira (7), um daqueles momentos que ficarão marcados pela submissão vergonhosa de parte de nossas lideranças a interesses estrangeiros. O protagonista do episódio? O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que, mais uma vez, mostrou sua completa fidelidade não ao Brasil, mas ao trumpismo — essa corrente autoritária que despreza instituições democráticas e flerta abertamente com o golpismo.
Na segunda-feira (7), Tarcísio correu para as redes sociais para repercutir e endossar o apoio de Donald Trump ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral e réu no Supremo Tribunal Federal por crimes graves, como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada. “Bolsonaro deve ser julgado somente pelo povo brasileiro”, escreveu Tarcísio, referindo-se às eleições, como se a Justiça não tivesse papel algum no Estado Democrático de Direito.
A fala, claro, ecoava a declaração de Trump, que acusou o Brasil de “perseguir politicamente” Bolsonaro e pediu que “o deixem em paz”. A mensagem, vinda de um ex-presidente estadunidense notoriamente hostil às instituições democráticas de seu próprio país, representou um ataque direto à soberania do Brasil e ao funcionamento regular do nosso sistema judicial. E, ao invés de se indignar com essa afronta, Tarcísio se alinhou ao agressor.
Essa postura, além de covarde, é anti-patriótica. No momento em que o Brasil busca afirmar sua soberania e fortalecer sua democracia diante das ameaças internas e externas, um governador de Estado — o mais rico e populoso do país, e escolhido pelas elites financeiras e pela mídia como o candidato da direita nas eleições de 2026 — prefere a subserviência como estratégia política. Tarcísio age como um representante estrangeiro dentro do território brasileiro. É o “candidato das elites” revelando mais uma vez seu verdadeiro projeto: transformar São Paulo e o Brasil em quintal ideológico do trumpismo.
Não é a primeira vez que o governador se curva aos interesses dessa direita internacional reacionária. Ainda em janeiro, celebrou efusivamente a posse de Trump nos Estados Unidos, vestindo orgulhosamente um boné vermelho com os dizeres “Make America Great Again” e entoando um “grande dia” — expressão simbólica do bolsonarismo nacional. Mais do que uma saudação, tratava-se de um sinal de alinhamento incondicional a uma agenda de extrema-direita que despreza a democracia, promove o ódio e alimenta conspirações.
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