Já faz algum tempo que a chamada “Marcha para Jesus” tornou-se um evento mais político do que religioso.
O formato é contrário ao proposto por Jesus, que expressamente separou seu Evangelho dos projetos de poder político terrenos: “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,21) e “Meu reino não é deste mundo” (Jó 18,36).
Porém, comentarei de modo específico o fato de se utilizar na “Marcha para Jesus” um símbolo que, além de não cristão, pode ser, inclusive, pagão: o hexagrama da bandeira de Israel.
De fato, a “Estrela de Davi” não aprece em NENHUM trecho da Bíblia, nem no antigo, nem no novo testamento.
O mais interessante, porém, é que a única estrela que, segundo a Bíblia, foi utilizada como símbolo pelo povo judeu não era associada a David, mas, sim, ao deus PAGÃO Renfã.
A referência está em Atos 7, que retrata a pregação de Santo Estevão, em advertência justamente aos judeus que, em seguida, o apedrejariam até a morte.
No verso 43, direcionando-se aos judeus, exclamou o primeiro mártir do cristianismo:
“Antes tomastes o tabernáculo de Moloque,E a estrela do vosso deus Renfã, figuras que vós fizestes para as adorar.Transportar-vos-ei, pois, para além da Babilônia”.
A referência à estrela PAGÃ utilizada pelo povo judeu também pode ser encontrada no antigo testamento, de onde Estevão provavelmente tirou a informação, no livro do profeta Amós 5,26:
“Antes levastes a tenda de vosso Moloque, e a estátua das vossas imagens, a estrela do vosso deus, que fizestes para vós mesmos”.
Compreender, portanto, que o hexagrama seria um símbolo pagão não é desarrazoado,especialmente porque também utilizado como símbolo por diversas religiões pagãs e por ordens esotéricas, como a Maçonaria e a Rosa Cruz.
Além disso, o judaísmo rabínico, que não se confunde com o judaísmo dos profetas, nem mesmo com o do tempo de Jesus, costuma utilizar práticas esotéricas, como a cabala.
Vejam só!
E é justamente esse o símbolo que mais aparece na Marcha, e não a cruz de Cristo, que é “escândalo para os judeus e loucura para os pagãos” ( 1Cor 1,23).