Do Brasil 247 – Bastaram alguns dias para que se confirmasse o corajoso diagnóstico do presidente Lula. “O que está acontecendo em Israel é um genocídio. “São milhares de crianças mortas, milhares desaparecidas. E não estão morrendo soldados, estão morrendo mulheres e crianças dentro do hospital. Se isso não é genocídio, eu não sei o que é genocídio”, disse ele, no Rio, no lançamento da Seleção ds Petrobras Cultural.
A fala seguia na mesma linha de outra, numa visita à Etiópia, ainda mais enfática: “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”.
A declaração, solidária aos judeus, que sofreram o holocausto sob os nazistas, teve seu sentido invertido pelos porta-vozes do regime sionista israelense no afã de usar o holocausto para justificar qualquer extermínio e afastar o foco para longe do que ocorre na Faixa de Gaza. O premiê extremista de direita Benjamin Netanyahu declarou que Lula cruzara “uma linha vermelha” pois nada se pode comparar ao holocausto, termo que Lula, aliás, não usou.
No mesmo tom encrespado, o chanceler Israel Katz declarou o chefe de governo brasileiro “persona non grata” em Israel, passando a humilhar, agredir e fustigar a autoridade brasileira em postagens dignas de flutuar em um desses esgotos bolsonaristas a quem, aliás a liderança sionista está intimamente ligada.
De lá para cá, a sucessão de fatos veio a mostrar que Lula tem razão.
Em janeiro, a Corte Internacional de Justiça ordenara que Israel tomasse “medidas imediatas e efetivas” para proteger a população de Faixa de Gaza, ocupada, do risco de genocídio, o que enfureceu o governo de Telavive.
Desde então, Israel nem sequer tomou providências mínimas indispensáveis para assegurar assistência humanitária e permitir serviços básicos.
Proibiu a atuação da UNRWA, que dava assistência e alimentação.
Para cúmulo, o mundo presenciou nesta semana mais um capítulo trágico do suplício imposto aos palestinos. Durante uma distribuição de mantimentos na cidade de Gaza, no norte da região, forças israelenses dispararam a esmo e atropelaram, matando pelo menos 110 pessoas.
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