Do Diário do Centro do Mundo – É silenciosa, porque constrangida e abafada, a frustração com um detalhe das investigações em torno de Bolsonaro e de seus acumpliciados. Não há, como se esperava, um ritmo razoável de encadeamento de fatos novos que abalem as estruturas do fascismo.
Frustram-se as expectativas dos que esperavam que uns iriam cair sobre os outros, em poucos meses de investigações, e que manés e manezinhos levariam aos manezões. Não só no golpismo, mas em todas as modalidades de crimes das facções bolsonaristas.
Esperava-se que, a partir do cerco ao varejo, polícia e Ministério Público iriam chegar aos comandos e abastecer o Judiciário com informações que comprovariam os crimes dos núcleos de todos os delitos cometidos pela extrema direita dentro e fora do poder.
As peças iriam tombar, numa sequência de revelações que desmantelariam as lideranças do golpe, das muambas, das quadrilhas das vacinas na pandemia e de outros crimes cometidos impunemente durante quatro anos, diante de um sistema de Justiça leniente e contemplativo.
Esperava-se que, a partir dos primeiros tombados sem maior relevância nas facções, fosse produzida uma sequência de reações em direção aos chefes. Havia a certeza de que, por sentimento de abandono, vingança e ressentimento dos primeiros presos, MP e Justiça teriam as melhores safras de delações.
Não é o que acontece. Mauro Cid (foto) pode ter contribuído para que cheguem além da copa e da cozinha dos serviçais do Planalto que executavam as ordens de Bolsonaro. Mas até essa contribuição ainda parece imprecisa.
Qual é a colaboração, mesmo que indireta, de Anderson Torres? Qual foi até agora a contribuição efetiva de Silvinei Vasques, o ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal? O que polícia e MP obtiveram da raia miúda que pudesse levar a provas sobre os que atuavam ao redor do núcleo do golpe?
Essa raia miúda, que reúne financiadores médios do 8 de janeiro, nunca disse nada sobre os graúdos que vinham patrocinando o golpe desde logo depois da posse de Bolsonaro?
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