Ontem, 4, o vereador “bolsonarista raiz” que sonha em ser deputado estadual, Gabriel César, protagonizou mais um momento vergonhoso, tentando intimidar publicamente a prefeita Nilda no momento em que a gestora de Parnamirim acompanhava o tradicional desfile cívico do município.
Aqui não vou sequer comentar o mérito dos questionamentos do vereador (o que farei em outra oportunidade), mas a forma como, portando na mão um microfone, aproximou-se sorrateiramente para tentar “lacrar” e “ganhar visualizações” por meio do constrangimento da prefeita.
É uma estratégia similar à do MBL. Uma estratégia que tem como finalidade despertar chacota, raiva, piada, constrangimento. Nada de efetivamente bom vem dessa estratégia, muito menos o debate sério sobre temas de interesse público.
No caso de Gabriel, há um agravante: ele jamais faria isso se o prefeito fosse o militar da reserva Taveira, apesar do caos que a educação municipal sofreu em sua época.
Gabriel, que tem o típico visual de playboy de classe média, fez o que fez com Nilda porque ela é uma mulher negra, e ele sabe das implicações sociais desse fato, especialmente no município mais bolsonarista do RN.
Para quem chegar a essa conclusão, ele responderá que se trata de “mimimi” e que “esta é a prova do esquerdismo de Nilda”.
Não é questão de ser de esquerda, mas de reconhecer um fato óbvio: ele não faria o que fez contra um militar veterano da reserva.
E, no fundo, até seus apoiadores (com cognição reduzida pela famigerada dieta do capim) sabem disso.