O Potiguar
Os defensores mentem quando dizem que o hoje prefeito Paulinho Freire não participou diretamente do uso da máquina na eleição de 2024, um modo de jogar a culpa para Álvaro Dias, chefe do executivo municipal na época, e salvar Paulinho. Ele participava das reuniões junto aos secretários de Álvaro no partido republicanos para, segundo o Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – GAECO, usar a máquina amplamente (veja documentos que comprovam abaixo).
Mas o tema aqui não é este. A questão é que isto pode se repetir em 2026. A secretaria de saúde, mesmo após relatório da Controladoria Geral da União veiculado com exclusividade por este blog apontando brechas para fura fila (leia aqui), não implementou a mudança do sistema de modo acabar com a possibilidade. A CGU recomendou, inclusive, a adesão por Natal do Regula RN, meio transparente de marcação de exames e consultas criado pelo LAIS/UFRN e já em uso pelo Governo do RN (leia aqui). Trata-se de um problema que vem sendo alvo de recomendações do ministério público e denúncias desde a pandemia de covid, conforme matérias do G1 (aqui e aqui).
A diretora do setor em pauta da secretaria municipal de Natal foi exonerada após novas denúncias do sindicato dos servidores da saúde do RN (leia denúncia aqui) já após a eleição de 2024, mas o sistema não passou por alterações profundas e, mesmo a diretora, segue tendo influencia na prefeitura do Natal, conforme matéria do Saiba Mais (leia aqui).
Esta semana, a pré candidata a deputada federal, primeira dama e vereadora Nina Souza indicou uma parente para gerir os contratos da pasta. Nina é apontada nos bastidores como a “secretária de fato” da saúde (há mais informações de relevo na apuração do Saiba Mais – Nina busca, conforme a apuração, ter o controle do setor de terceirização de mão de obra, outro gargalo de uso político em 2024).
A prefeitura do Natal precisa publicizar que alterou a lógica de funcionamento da saúde, aquela que permitiu já tantas denúncias de uso político na pasta na distribuição de serviços antes, durante e depois da eleição. Do contrário, a possibilidade permanecerá no ar e os crimes eleitorais que atacam a legitimidade da eleição podem novamente virar realidade.