Do Gazeta do Povo – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal nesta terça (19) pela suposta adulteração da carteira de vacinação contra a Covid-19, com a inserção de dados falsos no certificado de imunização. No começo do ano, a Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu a investigação e apontou que o registro feito em uma unidade de saúde do estado de São Paulo é falso.

A informação do indiciamento de Bolsonaro foi confirmada à Gazeta do Povo por fontes ligadas à Polícia Federal após apuração inicial do G1 e pelo Metrópoles. À reportagem, o Ministério Público Federal (MPF) afirmou que o indiciamento não foi localizado, mas que “isso não significa que não exista; o indiciamento pode não ter sido enviado ainda ou estar sob sigilo”. A PF ainda não respondeu.

Além de Bolsonaro, também foram indiciados o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente; a esposa dele, Gabriela Cid; o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ); além de ex-assessores, militares e profissionais da saúde envolvidos no esquema. Os dados teriam sido inseridos em cartões de vacinação emitidos em Goiás e pela prefeitura de Duque de Caxias (RJ).

Segundo as informações repassadas à Gazeta do Povo, teriam sido beneficiados pelo esquema o ex-presidente e a filha Laura Bolsonaro, Mauro e Gabriela Cid e as filhas, os ex-assessores Max Guilherme Machado de Moura e Sergio Rocha Cordeiro, e o deputado Gutemberg Reis de Oliveira.

“Diante do exposto, João Carlos de Sousa Brecha (ex-secretário de governo de Duque de Caxias), Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva (servidora da prefeitura), Célia Serrano da Silva, Gutemberg Reis de Oliveira (deputado federal), Ailton Gonçalves Barros (ex-major do Exército), Mauro Cesar Barbosa Cid (ex-ajudante de ordens), Sérgio Rocha Cordeiro (ex-assessor), Max Guilherme Machado de Moura (ex-assessor) e Jair Messias Bolsonaro foram indiciados pela prática do crime de associação criminosa, previsto no art. 288 do Código Penal, por terem se associados desde novembro de 2021 até dezembro de 2022 para praticarem crimes de inserção de dados falsos em sistema de informações, especificamente dados de vacinação contra a Covid-19, para emitirem os respectivos certificados ideologicamente falsos, no intuito de obterem vantagens indevidas relacionadas a burla de regras sanitárias estabelecidas durante o período de pandemia”, diz despacho da PF sobre o indiciamento.

Também foram indiciados Luis Marcos dos Reis (sargento que integrava a equipe de Cid), Farley Vinícius Alcântara (médico que teria emitido o cartão adulterado para a família de Cid), Eduardo Crespo Alves, Paulo Sérgio da Costa Ferreira, Marcelo Fernandes Holanda, Camila Paulino Alves Soares (enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias) e Marcelo Costa Câmara (ex-assessor).

Um dos advogados de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, classificou a informação do indiciamento como “vazamento”, e afirmou, após ser procurado pela reportagem, ser “lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial”.

Outro advogado de Bolsonaro, Paulo Amador Bueno, afirmou à Gazeta do Povo ainda não ter conhecimento do indiciamento. Já a defesa de Mauro Cid negou, afirmando que ele tem um acordo de delação em andamento.

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