Respondo desde já: porque é uma expressão da mercantilização da fé mediante a promoção de uma suposta masculinidade cristã que nem é masculinidade nem é cristã.
Não se trata de uma crítica ao cristianismo evangélico, mas à nítida comercialização da fé feita por alguns setores evangélicos (sobretudo nas igrejas de parede preta) e católicos carismáticos.
É como se pegássemos toda a profundidade do que é a masculinidade exercida por Cristo e a transformássemos num produto de plástico barato, um simulacro do que poderia ser, mas definitivamente não é.
Como se não bastassem os nítidos objetivos empresariais, há também neste movimento de homens de meia idade com masculinidade frágil um interesse no aparelhamento de igrejas para projetos de poder político, algo obviamente contrário ao que pregava Jesus.
Quer ser homem à luz do evangelho? Não precisa pagar milhares de reais para passar um final de semana com um monte de homens brincando de escoteiro (que coisa infantil!).
Basta imitar o Cristo, o novo Adão, perfeitíssimo homem e possuidor da perfeita masculinidade.
Basta imitar São José, pai adotivo de Jesus, que no silêncio aderiu plenamente ao caráter sacrificial da sua paternidade.
Mas para muitos dos “legendários” Jesus (o verdadeiro, não este que eles transformaram em produto de plástico) seria tido como um homem fraco, misericordioso demais, adepto do “mimimi” e desprezado por Deus, já que não vivenciou uma vida de prosperidade material.
Peçam-me para pegar leve com qualquer um, menos com fariseus, discípulos de Barrabás e mercadores do templo, todos os quais desvirtuam o Evangelho de Jesus.
Em relação a eles, eu chego logo na voadora.