Por Élida Mercês, do Saiba Mais – No dia 4 de julho de 2012, a força da maré atingiu e derrubou parte do calçadão de Ponta Negra, as escadarias de acesso à praia, danificou tubulações de esgoto e drenagem, derrubou árvores, postes, também chegando aos quiosques existentes. À época, a então prefeita Micarla de Sousa anunciou que a infraestrutura da praia seria rapidamente refeita, pois já teria solicitado cerca de R$ 1 milhão à União. Três dias depois, em 7 de julho de 2012, o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) ajuizou uma ação cautelar preparatória antecipada de produção de provas com pedido de liminar para parar tudo até que uma análise identificasse os riscos de o mar derrubar o calçadão de novo.
O juiz deferiu o pedido de liminar que, entre outras coisas, resultou na nomeação de uma equipe de peritos para realizar estudos capazes de especificar as obras de contenção, reparação e segurança a serem feitas na praia de Ponta Negra, para a reconstrução do calçadão. O geólogo, professor da UFRN e integrante do Instituto Klimapolis, Venerando Eustáquio Amaro foi nomeado coordenador da equipe que realizou a perícia na orla da praia, ainda em 2012.
O resultado do trabalho pericial realizado pela equipe da UFRN demonstrou a necessidade de ações permanentes para a recuperação da área degradada de Ponta Negra. Também foram previstos alguns impactos que poderiam ocorrer com a implantação da infraestrutura de contenção, como a do enroncamento, que começou a ser instalada em 2013, para sustentar a estrutura do calçadão.
“A situação era: se não fizer a contenção, o calçamento vai cair; se fizer a contenção, a erosão vai piorar. A gente botou a contenção, piorou do lado direito. Aumentou a contenção, piorou do lado esquerdo. Piora, sempre! Então a lição é: não faça nada na praia!”, lembrou a Promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Gilka da Mata, em retrospectiva sobre as consequências, ano a ano, das intervenções urbanísticas na praia de Ponta Negra (veja abaixo), durante o Seminário “Mudanças Climáticas no semiárido e no litoral: impactos e perspectivas para o RN”, realizado nos dias 13 e 14 de junho, no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça do RN.
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