Por @silverioalvesfilho

Assim como meu pai e, antes dele, meu avô, tenho orgulho de dizer que sou de São Paulo do Potengi, a terra de Monsenhor Expedito.

Aqui nasci e fui criado.

Aqui perdi, ganhei, amei, fui rejeitado e fui amado.

Aqui tive e tenho amigos, aliados e adversários. Jamais inimigos.

Aqui já chorei muito por política, de alegria, mas também de tristeza.

Se tivesse que passar novamente por tudo que já passei nesta terra, eu passaria até pelas angústias, porque eu não apenas nasci EM São Paulo do Potengi, eu nasci PARA São Paulo do Potengi.

Ontem, 17, finalmente fui ver com meus “próprios olhos” a sangria da Barragem Campo Grande, patrimônio e orgulho do nosso povo.

Havia muita gente, muito som, muita alegria e muita água. Mas não havia banheiro químico.

Eu tinha vindo de viagem diretamente para lá e estava com a bexiga cheia. Fui então procurar um “canto no mato”, onde, com discrição, pudesse “me aliviar”.

No percurso, sem lembrar como havia chegado ali, deparei-me com o local onde meus pais, há 20 anos, na maior cheia deste século, levavam-me para tomar banho no “sangradouro”.

Parado ali, lembrei da correnteza forte e do medo que com 10 anos de idade senti.

Em seguida lembrei do afeto e da felicidade com os quais meus pais me levavam para aquele local, auxiliados por Sandra, que, pelo tempo e pelo amor, tornou-se minha irmã.

Parado ali, eu não vi água.

Eu vi o passado, vivo em minha memória pelo poder afeto.

Eu vi o futuro, para o qual correm aquelas cachoeiras, levadas pelas memórias daqueles que as contemplam, inclusive pela primeira vez, como meu sobrinho Benício.

Parado ali, eu vi o amor por nossa terra e por nossa gente.

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