José Reinaldo/ Brasil 247 – Os bombardeios israelenses que se intensificaram na Faixa de Gaza desde 18 de março provocaram um novo deslocamento em massa da população palestina. Segundo a Prensa Latina, que repercutiu os dados divulgados pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), quase 500 mil pessoas foram forçadas a abandonar seus lares nas últimas semanas.

A UNRWA, por meio de sua conta na rede social X (antigo Twitter), fez um alerta sobre a gravidade da crise humanitária que atinge o território palestino. “O espaço restante é fragmentado, inseguro e quase inabitável”, destacou a agência, ao apontar que os deslocamentos forçados reduziram o território utilizável pelos civis a menos de um terço da área total de Gaza.

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O drama da população se agrava com as condições precárias dos abrigos superlotados. A UNRWA relata que os centros de acolhimento enfrentam sérias dificuldades para oferecer um mínimo de dignidade: “as condições de vida são terríveis”, afirma o órgão da ONU, enquanto trabalhadores humanitários lutam para manter os serviços funcionando. Os recursos estão sendo rapidamente consumidos diante da contínua escalada da violência e do bloqueio imposto por Israel.

A agência alertou ainda que a crise humanitária atual “está no seu pior momento desde outubro de 2023”. Desde então, segundo os dados mais recentes, mais de 51 mil palestinos foram mortos em ataques aéreos, terrestres e marítimos. O número de feridos e desaparecidos não para de crescer.

Outro fator que agrava o cenário é o bloqueio total imposto por Israel desde 2 de março, que impede a entrada de itens essenciais. Em sua atualização mais recente no site oficial, a UNRWA informou que os estoques de farinha, base da alimentação da população local, chegaram ao fim. “O bloqueio está causando um rápido esgotamento de suprimentos humanitários essenciais”, advertiu a agência.

A escassez afeta não apenas os alimentos, mas também medicamentos, combustível e itens básicos de higiene. Hospitais operam no limite e há registros de mortes por desnutrição e doenças evitáveis, sobretudo entre crianças e idosos. Ainda assim, os ataques continuam, sem trégua, atingindo inclusive áreas previamente designadas como “zonas seguras”.

Com a infraestrutura civil destruída, bairros inteiros em ruínas e acesso limitado à ajuda internacional, a situação da população palestina é classificada por analistas e organizações internacionais como “catastrófica”. Apesar dos reiterados apelos da ONU e de outras instituições por um cessar-fogo e por corredores humanitários, o governo de Israel mantém a ofensiva e o bloqueio.

A UNRWA conclui seus alertas reiterando a urgência de ação internacional coordenada para garantir a proteção dos civis palestinos. “Estamos diante de uma calamidade humana sem precedentes. O mundo não pode permanecer indiferente.”

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