A modificação do ICMS é uma questão de Estado, não de governo, ou seja, uma questão que deveria estar para além das discordâncias ideológicas.

Isso porque a manutenção da situação atual tornará o RN ingovernável para a próxima gestão, seja ela de esquerda, centro ou direita.

Mantendo-se a situação atual, o próximo governador, caso seja de direita, também enfrentará corte de pessoal, atraso de salário, atraso de fornecedores, prejuízo nos serviços públicos, impossibilidade de realizar concursos e dar reajustes salariais.

Qualquer político de direita minimamente razoável sabe disso, como sabe que a redução do ICMS será ruim também para qualquer governo futuro e, especialmente, para o povo.

Então por que os deputados de oposição não querem votar a favor do projeto do governo?

Aqueles da direita radical, por dois motivos: burrice e má-fé, já que não percebem a gravidade da questão e desejam o “quanto pior melhor”.

Já os da “direita razoável” não votam com receio de perder votos para os demagogos da direita radical.

E sabem que, caso defendam um debate sério sobre a questão, serão expostos e chantageados publicamente pela mídia demagoga de direita, cujos principais representantes, por não serem servidores efetivos, por não serem fornecedores do Estado e por não utilizarem os serviços públicos, querem mesmo é que o RN se exploda, na ânsia de, dessa maneira, acabar com a esquerda.

Veja o caso de Tomba. Mesmo o deputado sendo um dos principais críticos ao governo em todas as pautas, ele sabe da gravidade do tema e “ousou” fazer questionamentos sérios sobre o projeto.

Por isso, já foi exposto hoje por parcela da blogueiragem demagoga como “traidor”.

É preciso que os políticos sérios da direita tenham a coragem de, dentro das suas peculiaridades ideológicas,
peitar os demagogos.

É preciso que os deputados sérios da direita tenham a compreensão de que pior do que a chantagem dos demagogos é a cobrança que a eles fará a história.