Lúcio de Castro/ICL Notícias – “The route of all evil”. Em bom português, “a rota de todo o mal”. Foi assim que o jornal Washington Post um dia resumiu K Street, em Washington, DC.
Também conhecida como “a rua do lobby”. Da mesma forma que Wall Street é o sinônimo consagrado para sede do mundo financeiro, K Street é o epicentro da indústria do lobby. Imortalizada no nome da série de TV que retratava esse universo.
A rua dos escritórios por onde passam os contratos milionários que irão influir na política mundial.
Mas há um fato novo naquele pedaço. Recente. A indústria do lobby foi tomada de assalto nesses últimos anos. E as digitais estão espalhadas por K Street: MAGA. “Make America Great Again”, o movimento liderado por Donald Trump.
A nova ordem de K Street ultrapassa o interesse apenas nos milhões em jogo. Os documentos obtidos pela reportagem junto ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, cumprindo a lei do Foreign Agents Registration Act (FARA), que exige aos lobistas a publicidade das atividades, demonstram que a representação de regimes autocratas e de extrema direita também está sob o escopo dos lobistas MAGA. Desde a venda da imagem da ditadura de Nayib Bukele em El Salvador até os contatos com a família Bolsonaro.
A volta de Trump à Presidência consolidou a tomada de poder dos novos donos da cena de K Street.
Em abril, o Wall Street Journal resumiu assim: “Ao mesmo tempo em que mexe com toda a economia americana, a gestão Trump está reinventando o jogo do lobby, premiando aliados e transformando o poder em Washington em alvo de sua cruzada antielites.”
Com o novo mandato presidencial, um presente maior caiu no colo dessa turma: o tarifaço de Trump. As taxações já começam a render milhões para os amigos do rei. Para os países vítimas, restou procurar um lobista MAGA para chamar de seu.
[Continua no site]