Guilherme Arandas/DCM – Um dos principais estrategistas da direita americana, Steve Bannon, manifestou preocupação com a possibilidade de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ser denunciado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, no caso da suposta trama golpista.
Em conversa recente com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, Bannon destacou os impactos políticos dessa eventual ação. Segundo relatos, ele concordou com a avaliação de Bannon e pontuou que uma eventual denúncia contra Bolsonaro poderia ser mal vista pelo governo Donald Trump.
O secretário de Estado teria, então, solicitado ao senador republicano Steve Daines que compartilhasse essa preocupação com a secretária-geral do Itamaraty, Maria Laura da Rocha, durante um encontro em Brasília na última sexta-feira (14). Entretanto, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que o tema não foi abordado na reunião.
Aliados de Bolsonaro têm intensificado articulações com representantes do movimento trumpista nos EUA para denunciar o que consideram uma perseguição política. A expectativa é que o ex-presidente Donald Trump se manifeste oficialmente em defesa do ex-líder brasileiro.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Jair Bolsonaro, lidera os contatos com políticos alinhados a Trump. Ele participará da Cpac (Conservative Political Action Conference), conferência da direita americana que ocorre nesta semana em Washington. No site do evento, Eduardo Bolsonaro é descrito como um parlamentar “atuante contra o regime do presidente Lula e a politização do governo federal e do sistema judicial”.
Durante a CPAC, Steve Bannon fez uma declaração alarmante sobre Bolsonaro: “Se Bolsonaro for preso, será assassinado na cadeia. O sistema não quer apenas calá-lo – quer destruí-lo!” Segundo ele, a perseguição política no Brasil teria atingido níveis ditatoriais.
Bannon também criticou duramente o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), afirmando que essas instituições estariam atuando como “braço do regime petista”.