Brasil 247 – A crise provocada por descontos não autorizados em aposentadorias e pensões do INSS levou o governo federal a agir com rapidez, numa ação articulada pelo ministro Sidônio Palmeira, da Secom. Segundo revelou a jornalista Mônica Bergamo em sua coluna na Folha de S.Paulo, o presidente Lula convocou uma reunião de emergência nas primeiras horas da manhã da quarta-feira (23), no Palácio do Planalto, com seus principais ministros e assessores para tratar do escândalo que atingiu milhões de beneficiários.

Estiveram presentes o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski; o chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho; o ministro da Previdência, Carlos Lupi; o superintendente da Polícia Federal, Andrei Rodrigues; e o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira. Coube a este último liderar a articulação de um discurso coeso por parte do governo para evitar desgaste diante da gravidade da situação.

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A reunião ocorreu logo após a operação conjunta da Polícia Federal e da CGU, que cumpriu 211 mandados judiciais de busca e apreensão. A orientação de Sidônio foi clara: evitar ruídos e apresentar à sociedade uma resposta firme e transparente, sem contradições entre os diferentes órgãos envolvidos. Discutiu-se, inclusive, o formato de comunicação — nota oficial ou entrevistas — e, diante da pressão e do potencial de dano à imagem do governo, optou-se por uma entrevista coletiva.

Outro ponto sensível debatido foi a presença do ministro Carlos Lupi na coletiva. Como o INSS é subordinado à sua pasta, havia o temor de que sua ausência fosse interpretada como tentativa de se esquivar da responsabilidade. A decisão foi por sua participação, embora o tom de sua fala tenha sido considerado defensivo, contrastando com a contundência adotada por Lewandowski, Vinicius de Carvalho e Andrei Rodrigues.

Horas mais tarde, por determinação do presidente Lula, Lupi anunciou a demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. A medida foi considerada necessária para sinalizar que o governo não toleraria irregularidades e que as investigações teriam respaldo institucional.

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