O ex-presidente Jair Bolsonaro usou 0,16% do orçamento público previsto para o Meio Ambiente durante seu mandato, na média de seus quatro anos de governo. Neste mesmo período, o governo gastou 7,3% do Orçamento com as Forças Armadas. O Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) divulgou os dados nesta semana após pedido do portal O Eco. Eles estão consolidados no relatório “Depois do Desmonte – Balanço Geral dos Gastos da União 2019-2022”.

Desde o primeiro ano como presidente até o último, Bolsonaro reduziu as verbas ambientais em 17%. Os valores foram de R$ 3,3 bilhões, em 2019, para R$ 2,7 bi em 2022. Levando em conta a soma dos valores de todos os anos, o Ministério do Meio Ambiente foi responsável pela execução de apenas R$ 11,2 bilhões no quadriênio. Em comparação, o Ministério da Defesa executou R$ 515,7 bilhões no mesmo período. Os valores, 156 vezes superiores aos da saúde, fazem pouco sentido levando em conta o potencial econômico e as preocupações que envolvem o Meio Ambiente.

“Tivemos o desmonte dos setores de fiscalização e as inúmeras flexibilizações da legislação. Em 2022, a Amazônia teve o maior desmatamento dos últimos 15 anos. Andamos para trás com Bolsonaro”, resume o colegiado gestor do Inesc, composto por Cristiane Ribeiro, José Antônio Moroni e Nathalie Beghin. “A gigantesca e rápida operação de desmonte das políticas públicas só foi possível porque as forças defensoras de interesses privatistas, como o agronegócio, as mineradoras, as empresas de logística e as das áreas de saúde e educação, entre tantas outras, encontraram fortes aliados”, completam.

Números do descaso

O documento revela com detalhes as áreas mais prejudicadas e as beneficiadas durante o período bolsonarista. No Meio Ambiente, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foi o mais afetado, com uma perda de 32%. Em 2019, o ICMBio executou R$ 1,8 bilhão. Já no último ano de Bolsonaro, R$ 744 milhões. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por sua vez, perdeu 8% dos recursos. Saiu de R$ 1,8 bilhão em 2019 para R$ 1,7 bilhão em 2022.

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