Ricardo Queiroz/Brasil 247 – Para o Jones Manoel, ele é o gerente neoliberal do capitalismo dependente, uma espécie de Paulo Guedes disfarçado de sindicalista. Já para a Faria Lima, é o fantasma do comunismo materializado, pronto para transformar banco em soviete e debênture em caderneta do Bolsa Família.

No meio do espetáculo, tem a ala delirante do PSOL — aquela que, de dez em dez anos, estrebucha, rasga as vestes, descobre indignada que o mundo não é um campo de assembleia eterna, promete romper com tudo… E na prática não sai do lugar. Revolta performática com prazo de validade.

Enquanto isso, Lula segue aplicando o manual clássico da realpolitik: acena para o agronegócio, segura o mercado pelo colarinho, tenta garantir algo do social na outra ponta, entrega política pública, e vai governando. Fazendo o possível, nem sempre o melhor.

A esquerda gourmet chama de traição. O mercado chama de ameaça. E Lula? Ele chama de quarta-feira.

No Brasil, o centro político não existe. O que existe é um centro gravitacional de loucura — e Lula orbitando, impassível, deixando Jones e Faria Lima igualmente putos.

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