Por @silverioalvesfilho

“Correu o tempo // Hoje eu vejo a maravilha // De se ter uma família // Quando tantos não a tem”, escreveu o padre Zezinho na música Utopia, uma das preferidas do meu saudoso avô Pedro Raimundo.

Não tenho o que reclamar da família que recebi da Providência Divina.

Meus pais me tiveram maduros, ambos aos 36, realizando o sonho da maternidade de minha mãe, Vera Lúcia.

De lá para cá, permanecem bem casados e companheiros.

As pequenas desavenças que presenciei entre eles foram sempre secundárias, motivadas ora por fatos relacionados à “alta voltagem e atenção ” da minha mãe, ora por fatos relacionados à “grande calmaria e desatenção do meu pai”, diferenças de temperamento que terminavam por se completar, criando um lar harmônico.

Foi nesse lar estruturado e harmônico que eu cresci.

E se eu nascesse de novo, e Deus me desse a possibilidade de escolha, eu escolheria ter a mesma família e o mesmo lar, com um pequeno acréscimo: pediria a Ele que me fornecesse os olhos verdes da minha mãe, esbanjados na imagem acima, no auge dos seus 21 anos.

O fato de eu não ter herdado os olhos dela sempre me incomodou, especialmente na adolescência (risos).

Mas hoje, adulto, percebo que a cor dos olhos que Deus não me deu é totalmente irrelevante quando comparada à mãe que Deus me deu.

Porque hoje, adulto, finalmente compreendo com clareza o trecho da Utopia de padre Zezinho que eu escutava quando criança, na casa do meu saudoso avô Pedro Raimundo.

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