Cleber Lourenço/ICL Notícias – líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), protocolou nesta terça -feira (22) uma petição ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, pedindo uma medida cautelar preventiva para impedir a nomeação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em qualquer cargo comissionado ou função de confiança nos âmbitos estadual, distrital ou municipal. A medida também requer o afastamento cautelar de Eduardo do mandato parlamentar, sob o argumento de que ele estaria instrumentalizando o cargo para dar continuidade a crimes investigados no Inquérito 4995 e na Ação Penal 2668.

Segundo a petição, governadores aliados de Jair Bolsonaro estariam articulando a nomeação do deputado em secretarias estaduais para garantir a ele um vínculo funcional fictício, sustento financeiro com recursos públicos e a possibilidade de permanecer no exterior, mesmo após o fim da licença parlamentar e o bloqueio judicial de seus bens. As informações, segundo o documento, foram reveladas por reportagens recentes da imprensa.

Lindbergh alega nos autos que a nomeação teria o objetivo de burlar a jurisdição penal e eleitoral, ao permitir que Eduardo continue agindo fora do país contra o interesse nacional. “A possível nomeação para cargo estadual teria por finalidade exclusiva sustentar financeiramente a atuação política e antinacional de Eduardo Bolsonaro no exterior, com uso de recursos públicos e em afronta direta ao interesse público, à soberania nacional e às medidas cautelares já impostas pela Suprema Corte brasileira”, afirma o texto.

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Lindbergh Farias

Articulações de Eduardo Bolsonaro

O deputado do PT acusa o filho do ex-presidente de seguir atuando nos Estados Unidos em articulação com lideranças estrangeiras para promover sanções econômicas contra o Brasil e ataques institucionais ao Supremo e à Procuradoria-Geral da República. “Trata-se de conduta anômala e moralmente inadmissível, em que um representante eleito para defender o povo brasileiro atua, em vez disso, em favor de agentes externos que prejudicam deliberadamente a economia nacional, os trabalhadores e os setores produtivos”, afirma a petição.

Para embasar o pedido, Lindbergh cita precedentes do STF que reconhecem a possibilidade de controle judicial sobre nomeações com desvio de finalidade, como no julgamento do MS 34.070/DF. A petição ressalta que, embora o autor discorde da conclusão daquele caso, a lógica adotada pela Corte se aplica com ainda mais clareza ao caso de Eduardo Bolsonaro. “Aqui, a motivação espúria da eventual nomeação é não apenas presumível, mas explicitamente admitida por seus articuladores, sendo utilizada como instrumento de obstrução da Justiça e de ataque à soberania nacional.”

[Continua no site]

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