Nunca tivemos tantos jovens ansiosos como agora.

O ansioso crônico atribui mais importância aos fatos do que eles merecem. Há uma falsa percepção da realidade, motivada por questões químicas no cérebro e por fatores comportamentais.

Escreverei alguns artigos a partir da minha experiência pessoal, ressaltando que não sou psicólogo, e, na dúvida, você deve procurar um especialista.

Possuo dois diagnósticos médicos, além da prescrição de uma investigação neuropsicológica para um terceiro possível.

Os dois diagnósticos já feitos andam lado a lado com a ansiedade, especialmente o primeiro: Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Ambos possuem causas químicas e comportamentais, mas com diferenças: o primeiro me induz a fazer o que não preciso; o segundo, a não fazer o que preciso.

Ocorre que as principais drogas utilizadas para o TDAH, como a que eu tomo, o Venvanse, são psicoestimulantes, tendem a aumentar a ansiedade e, no meu caso, os sintomas do TOC.

Assim, mesmo com o aperfeiçoamento do raciocínio gerado pelo Venvanse, permanece uma certa dificuldade de compreender com clareza as pessoas e os fatos, bem como de se posicionar em relação a eles.

A saída, para além do medicamento, está na adequação comportamental, por meio de outra sigla: a TCC (Terapia Cognitivo Comportamental).

Num primeiro momento, é preciso compreender com clareza o que é ou não importante, o que deve ou não ser feito.

Depois, já com a visão clara sobre as coisas, deve-se enfrentar os comportamentos responsáveis por agravar tanto o TDAH, quanto à ansiedade (no meu caso, derivada do TOC).

O enfrentamento causa angústia, em razão da desregulação da dopamina e da serotonina, e o nosso cérebro, que gosta de conforto, incentiva-nos a fugir para qualquer lugar que dê satisfação imediata: um doce, uma série da Netflix ou o maldito T1q T0q.

Mas só o enfrentamento cara a cara da angústia trará a sua superação.

É como na corrida: no início é difícil, mas, a cada dia vai se tornando mais fácil, até que, em dado momento, torna-se prazeroso.

O remédio ajuda, mas a adequação comportamental é o verdadeiro “pulo do gato” no combate à ansiedade.

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