Mirella Lopes/Saiba Mais – Os técnicos de enfermagem que atuam pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) por meio de contratos, ou seja, não são servidores efetivos, denunciam que a Prefeitura do Natal não pagou a totalidade dos salários devidos.
Segundo denúncia anônima, o problema vem se arrastando desde julho. Alguns profissionais chegaram a receber valores entre R$ 300 e R$ 400 no mês. Um profissional que acumulou 12 plantões, por exemplo, recebeu R$ 500, ao invés do piso (R$ 1.543) com complemento (R$ 1.653,12).
“Como somos apenas contratados, não podemos reclamar de nada, porque corremos o risco de sermos cortados, demitidos. Falta profissionais, muitos estão doentes. Eu mesmo cobri 15 plantões de colegas. No último domingo, por exemplo, tinha hospital com apenas três técnicos para a unidade inteira, sendo um sozinho no setor de medicação. Esse é um problema que afeta o funcionamento da unidade como um todo”, denuncia uma fonte anônima.
Os atrasos nos salários não afetam apenas os técnicos de enfermagem que trabalham nos hospitais, mas também os profissionais que atuam nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Pagamentos referentes aos plantões de São João também não foram pagos e não foi dado qualquer cronograma para quitar a dívida com a categoria.
“A coordenação montou a equipe dos profissionais técnicos de enfermagem e não deram mais informações sobre nosso pagamento. Foram trabalhadas todas as noites em todos os polos e nada do pagamento”, lamenta um profissional.
Em resposta à Agencia SAIBA MAIS, a SMS admitiu que não realizou os pagamentos completos aos técnicos de enfermagem e disse que o problema está no complemento, valor pago pelo município junto com o Ministério da Saúde, que estaria com o pagamento atrasado. A previsão é que os valores sejam quitados ainda esta semana.
Greve dos Médicos
Nesta segunda (1º), os médicos terceirizados do município decidiram entrar em greve. A categoria exige a realização de concurso público, reajuste da remuneração, pagamento de salários atrasados e contratos que garantam direitos trabalhistas.
O Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed-RN) informou que os médicos vinculados à Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed-RN) devem aderir integralmente à greve, uma vez que foram dispensados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Já os médicos contratos pela Justiz e Prosseg – empresas terceirizadas que assumiram o atendimento no lugar da Coopmed – deverão manter apenas os serviços de urgência e emergência, respeitando o limite mínimo do efetivo de 30%.