Jair Bolsonaro (PL) tem manifestado o receio de virar o alvo central da ComIssão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que será criada pela Câmara nesta semana para apurar os atentados terroristas do dia 8 de janeiro e pretende escalar os filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para integrarem o colegiado.
“Inicialmente, nenhum dos dois participaria. Por interferência do ex-presidente, o PL decidiu indicar o deputado Eduardo Bolsonaro. Agora, o pai quer também que o filho senador participe da CPMI”, destaca o jornalista Valdo Cruz, do G1. Ainda segundo ele, parte da ala bolsonarista avalia que a CPMI “pode ser um autêntico ‘tiro no pé’’, porque o governo terá maioria na comissão”.
“Eles [governistas] terão um canhão, nós, uma espingarda. O desgaste para o Bolsonaro pode ser enorme”, disse um deputado ouvido pela reportagem. O temor está ligado ao fato de os governistas já terem anunciado que pretendem convocar empresários bolsonaristas que financiaram os atos golpistas, além do ex-ministro Anderson Torres e até mesmo o próprio Bolsonaro.
Um outro receio da base bolsonarista é que a CPMI acabe por fragilizar ainda mais o ex-mandatário em meio à aproximação dos julgamentos de ações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que o ex-mandatário é réu.