Ainda sobre a redução do ICMS, a maioria dos deputados que votaram pela redução e, portanto, contra o povo, alegaram, contraditoriamente, que estavam “a favor do povo”.

O argumento mais utilizado era o de que “o povo não deveria pagar mais impostos”, o que por si só é falacioso, na medida em que o governo buscava não o aumento, mas a mera manutenção da alíquota.

De qualquer modo, analisando-se de boa-fé o argumento (em tese razoável) dos deputados anti-povo, a sua essência reside na compreensão de que não se deve comprometer ainda mais a renda das pessoas.

Mas quem garante que os empresários vão repassar para o consumidor final a redução do ICMS?

Quem garante que os consumidores não continuarão pagando a mesma coisa pelos produtos, com a única diferença de que a parcela que iria para os serviços públicos agora vai para o bolso dos empresários (alguns investidores dos deputados anti-povo)?

Os deputados anti-povo, que votaram pela redução do ICMS apenas para enfraquecer o governo, vão fiscalizar se os empresários repassarão a redução para o consumidor final?

Porque se não fiscalizarem, fica difícil dizer que votaram a favor do povo.

Fica difícil persistir numa narrativa óbvia e nitidamente mentirosa.

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