Jéssica Alexandrino/DCM – A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) está foragida na Itália desde a última quinta-feira (5), após deixar o Brasil para evitar o cumprimento de pena de 10 anos de prisão imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, não há operação de busca ativa no país europeu para prendê-la. Com informações da Folha de S.Paulo.
Segundo o embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, o mandado de prisão expedido pela Interpol, a pedido das autoridades brasileiras, só autoriza a detenção em locais públicos.
“Mesmo que haja o conhecimento de que ela estaria em determinado local, dentro de uma casa, não há mandado de busca. A polícia [italiana] não pode entrar dentro de uma casa para retirá-la e prendê-la. Ela terá de ser presa no momento em que estiver em local público”, afirmou ele.
Essa restrição dificulta a prisão imediata da parlamentar, uma vez que não há informações sobre o seu paradeiro, o que fica sob responsabilidade exclusiva da polícia italiana.
Carla Zambelli desembarcou no aeroporto de Fiumicino, em Roma, cerca de quatro horas antes da notificação do mandado de prisão pela Interpol. Isso permitiu sua entrada legal no país, sem impedimentos. A própria deputada declarou à CNN Brasil que pretende se apresentar às autoridades italianas: “Vou declarar os meus dados para pegar os documentos. Estou aqui de boa-fé. Estou aqui por conta de uma perseguição política”.
embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, falando em microfone e gesticulando, sério, sem olhar para a câmera
O embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca – Reprodução
Apesar de possuir cidadania italiana, a parlamentar não está imune à extradição. O embaixador ressaltou que, desde 2024, há 14 processos de extradição em andamento na Itália, incluindo quatro casos de pessoas com dupla nacionalidade. Um ítalo-brasileiro já foi extraditado neste ano. “A cidadania italiana não torna intocáveis as pessoas em dívida com a Justiça”, disse Mosca.
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