Dois hospitais e três clínicas de Mossoró demitiram 110 enfermeiros, técnicos e auxiliares por causa da nova lei do piso da categoria. O que deveria ser um benefício acabou justamente o contrário. Enfermeiros, técnicos e auxiliares estão apavorados com medo de perderem os empregos.

Segundo o proprietário de uma empresa que presta serviço a planos de saúde, ele já demitiu 40% dos seus funcionários, e afirma que é melhor fechar a continuar. Ele trabalha com técnicos de enfermagem.

Uma consulta feita com 2.511 estabelecimentos brasileiros de saúde indica que a criação dos pisos salariais nacionais para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiras pode resultar no fechamento de 20 mil leitos hospitalares em todo o país e em até 83 mil demissões.

A Lei 14.434, que define os valores mínimos que serão pagos aos profissionais, entrou em vigor no em 5 de agosto. O texto aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, estabelece que nenhum enfermeiro pode receber menos que R$ 4.750, independentemente de trabalhar na iniciativa privada ou no serviço público federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.

Para técnicos de enfermagem, o ganho não pode ser inferior a 70% desse valor, ou seja, a R$ 3.325. Já os auxiliares e as parteiras não podem receber menos que a metade do piso pago aos enfermeiros (menos que R$ 2.375). União, estados, Distrito Federal e os municípios têm até o fim do atual exercício financeiro para ajustar as remunerações e os respectivos planos de carreira de seus profissionais. Já para trabalhadores celetistas, os pisos já estão em vigor.
Os responsáveis pela pesquisa sustentam que a adequação ao piso salarial elevará as despesas das instituições com as folhas de pagamento na média, em 60%. Razão pela qual 77% das instituições consultadas responderam que, para pagar os valores estipulados na nova lei, terão que reduzir o número de enfermeiros contratados.

Além disso, 65% dos entrevistados afirmaram que também terão que demitir pessoal de outras áreas. Além disso, 59% preveem o cancelamento de investimentos e 51% acreditam que terão que reduzir o número de leitos hospitalares.

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