Esses dias, Bolsonaro realizou uma “manifestação popular” no pais estrangeiro para cuja bandeira já bateu continência.

No meio do discurso, falou de modo vazio, como sempre, sobre família, armas e o que ele chama de “conservadorismo”, à revelia do pensamento de filósofos verdadeiramente conservadores, como Roger Scruton.

Nome meio do discurso vazio, ele soltou: “vivemos até sem oxigênio, mas não sem liberdade”. Embora a maioria da mídia tenha apontado como gafe, a frase me fez pensar! Seria Bolsonaro um gênio tardio da filosofia política?

Muito se discutiu na filosofia moderna sobre o conceito de liberdade, de vontade livre, de exercício civil da liberdade, de exercício econômico da liberdade etc. Mas, nunca, jamais, sobre o exercício de uma liberdade asfixiante.

Pelo contexto da fala, deveria ter algo a ver com família conservadora que estaria sob ataque no Brasil. Procurei, mas não encontrei esse ataque frontal. Ao contrário verifiquei que há uma ampliação do conceito de família, para que mais pessoas possam gozar da participação num seio familiar, providencial no desenvolvimento da personalidade.

Verifiquei, inclusive, que Bolsonaro encontra-se no terceiro casamento, o que, para o cristianismo verdadeiramente conservador, tratar-se-ia de adultério.

No prosseguir da investigação, pensei que poderia ter a ver com a liberdade de viajar para os Estados Unidos, terra da liberdade. Porém, a maioria dos brasileiros não consegue visitar a Terra do Tio Sam com o dólar nas alturas e, se conseguisse, não teria liberdade para comprar nem um Big Mac lá, sintetização do sonho americano.

Mas nem tudo estava perdido, talvez a falta de oxigênio tivesse a ver com pólvora com a qual se tem contato pela livre compra de armas de fogo. Mas vi que isso até poderia funcionar nos Estados Unidos, mas o brasileiro comum, aquele que jamais teria condições de participar do “ato democrático em solo americano”, tá preocupado em conseguir comprar feijão com arroz para comer e dinheiro para colocar gasosa na moto 100 cilindradas.

Para a minha tristeza, cheguei à conclusão que a liberdade sem oxigênio, não só do ponto de vista biológico, mas também do ponto de vista filosófico e político, é uma liberdade suicida.

Não era um raciocínio genial de filosofia. Apenas mais uma gafe originada pelo excesso de babação ao Tio Sam.

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