Por Silvério Alves Filho
Editor do DEBATE

No Evangelho segundo São Marcos, capítulo 12, versos 13 ao 17, nosso Senhor Jesus Cristo é cercado por fariseus e herodianos que, segundo a Escritura, eram hipócritas e buscavam prendê-lo.

A fim de colocar o povo contra Cristo, perguntaram-lhE se era lícito pagar impostos aos romanos. Se Jesus respondesse que sim, atentava contra seu próprio povo; se respondese que não, atentava contra o governo de Roma. Estava encurralado, pensavam os hipócritas.

Cristo, com sua Sabedoria Divina (I Cor 1,24), responde: “Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mc 12:17). Com a resposta, Jesus reforçava que, em sua missão espiritual, não cabia a Ele decidir sobre os rumos do Império Romano, mas despertar os judeus e, posteriormente, os pagãos para a sua Palavra.

Ontem, 25, alegados cristãos prestaram apoio político a César, digo, Bolsonaro, num evento denominado “Marcha Para Jesus”, em Santa Catarina. Optaram por esquecer a lição de Cristo em Mc 12:17, instrumentalizando a fé para a efetivação de um projeto político. Votar em Bolsonaro seria, segundo alguns, “cumprimento da vontade Divina”.

Há quem veja nesse posicionamento contradição por parte dos alegados cristãos que estavam na Marcha “para” Jesus. Eu não vejo, já que quem marcha PARA alguém não marcha COM este alguém. As vezes marcha com César.

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