Damares passou de todos os limites, até para ela.

Em um culto nesses dias, numa igreja evangélica de Goiás, disse que “o inferno se levantou contra Bolsonaro”, induzindo os fiéis presentes a pensar que votar em Bolsonaro seria a vontade de Deus, para combater o inferno.

Sobre os problemas morais e os erros teológicos desse tipo de afirmação, remeto o leitor ao artigo que escrevi ontem, intitulado “É falso o argumento segundo o qual só é cristão quem votar em Bolsonaro”.

Hoje quero falar de outra coisa. Do vilipêndio cometido por Damares, que vai além da instrumentalização política e indevida da fé.

Damares, que é contra a educação sexual nas escolas (que tem como finalidade principal prevenir o abuso infantil), falou abertamente sobre sexo oral e anal em crianças, tortura, dentes arrancados, estupro de recém-nascidos. Tudo isso, no púlpito de uma Igreja. Tudo isso, na frente de crianças e de pais que aplaudiam o discurso dela. Tudo isso, sem apresentar provas e sem mostrar as medidas que tomou para combater os fatos alegados, na condição de agente estatal.

Com o discurso, Damares foi ao fundo do poço da manipulação da fé em prol de um projeto de poder. Ao fundo do poço da apelação política, ao usar suposta tortura das crianças para pedir votos, no púlpito de uma Igreja, na frente de crianças, quando o assunto deveria ser tratado com a polícia e o Ministério Público.

Mais do que nunca é preciso dar a reposta que Cristo deu àqueles que queriam instrumentalizar a fé para um projeto político pessoal: “Dai a César o que é de Cesar; e a Deus o que é de Deus”.

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