São nove meses
As vezes
Acontece de ser menos
Que vidas se geram
O corpo abrigo
O corpo hóspede
Ficam conectados
Que de fora
Apenas se ver um
Não há magia
É biológico
As dores, os medos…
São reais
O tempo de preparação
O tempo de adaptação
Nem sempre funciona
E tudo bem
Pois não há magia
É biológico
É social
É humano
Mas quando funciona
Parece que dois, três…
São um
As vidas se geram
Nascem filhos, filhas
Nascem mães
Os sentimentos se misturam
Por vezes, parece simbiose
Mas há desencontros também
Lacunas de dois, três…
Na tentativa de um
Partes de uma mesma coisa
E quando a morte
A senhora implacável
Encontra o corpo abrigo
Um porto seguro
Se desfaz
O cheiro conhecido
Vai ficando fraquinho
Até sumir
A saudade
O vazio
A dor
Quando o encontro é com o corpo hóspede
A ordem da linha da vida
Parece não se encaixar
Amanhecer mãe
Todos os dias
Do filho
Da filha
Que não retorna
A saudade
O vazio
A dor
Maternidade é biológica
É social
É humana
E se torna mágica
Quando percebemos
Que somos parte de alguém

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