Candidato chegou às 8h13 na escola estadual João Firmino, em São Bernardo do Campo, na manhã deste domingo (4).

 O candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votou na manhã deste domingo (4) na escola estadual João Firmino, no bairro Assunção, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

Após votar, ele beijou o comprovante e disse ser a eleição mais importante do país.

“Essa é a eleição mais importante. Estou muito feliz”.

Lula foi ao colégio eleitoral acompanhado de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB); de sua esposa, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja; da presidente do PT, Gleisi Hoffmann; e do candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, e de Márcio França (PSB), ex-governador e candidato ao Senado.

Em coletiva de imprensa no local, Lula comentou sobre o pleito de 2018.

“Há quatro anos atrás eu não pude votar porque eu tinha sido vítima de uma mentira nesse país. Eu estava detido na polícia federal exatamente no dia da eleição. Tentei fazer com que a urna fosse até a cela para eu votar, não levaram. E quatro anos depois, eu estou aqui, votando com reconhecimento da minha total liberdade e com a possibilidade de voltar a ser presidente da república desse país, para tentar fazer esse país voltar à normalidade”, disse Lula em coletiva no local após a votação.

Afirmou, ainda, que ele e seu candidato a vice, Geraldo Alckmin, têm experiência de trabalhar na adversidade e que pretendem governar

“Não queremos mais discórdias, queremos um país que vive em paz”.

Questionado sobre como lidar com bolsonaristas em caso de vitória, Lula disse que acredita que eles terão que se adequar com o desejo da maioria.

“Eu penso que os bolsonaristas fanáticos vão ter que se adequar com a maioria da sociedade. A maioria quer paz. As pessoas não querem armas, querem que distribuam leite. Claro, vai ter algum que não vai querer se adaptar, mas a maioria da sociedade brasileira quer paz, trabalhar e viver bem”.

Veículos de imprensa internacional que estavam no local indagaram sobre a relação do Brasil com a América Latina.

“Brasil se dá bem com todo mundo. Essa troca de experiência que a gente vai fazer com a América do Sul e América Latina vai deixar uma região mais competitiva”.

Lula disputa a Presidência pela sexta vez e é o primeiro candidato de uma federação partidária. A modalidade de aliança, criada em 2021, consiste na união de dois ou mais partidos que deverão atuar como se fossem um só por pelo menos quatro anos.

Trajetória política

Nascido em Garanhuns (PE), Luiz Inácio Lula da Silva trabalhou, em São Paulo, como ambulante, engraxate, ajudante de tinturaria e torneiro mecânico. Aos 17 anos, em 1964, sofreu acidente de trabalho, no qual perdeu o dedo mínimo da mão esquerda.

Lula iniciou sua trajetória política no movimento sindical, em 1966, e foi eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema em 1975.

Em fevereiro de 1980, Lula participou da fundação do Partido dos Trabalhadores, o PT. No dia 19 de abril do mesmo ano, ele foi preso por 31 dias devido a sua atuação na liderança de movimentos grevistas no ABC Paulista.

Em 1982, acrescentou o apelido “Lula” ao nome original. No mesmo ano, pelo PT, candidatou-se ao governo de São Paulo e ficou em quarto lugar. Quatro anos depois, em 1986, foi eleito deputado constituinte por São Paulo, na ocasião, ele foi o parlamentar mais votado no Brasil.

Lula disputou a Presidência pela primeira vez em 1989 e foi derrotado por Fernando Collor de Mello (PRN) no segundo turno. Em 1994, ele disputou novamente e perdeu, em primeiro turno, para Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em 1998, Lula tentou mais uma vez a eleição presidencial e foi derrotado novamente por FHC.

Em 2002, Lula foi eleito presidente da República após disputar o segundo turno contra José Serra (PSDB). Em 2006, derrotou Geraldo Alckmin (à época, integrante do PSDB) no segundo turno e foi reeleito.

Em 2010, o ex-presidente conseguiu eleger a sua sucessora, Dilma Rousseff (PT), que chefiou duas pastas nos governos Lula: o Ministério de Minas e Energia e a Casa Civil. Em 2014, Lula descartou disputar o Planalto e anunciou apoio à reeleição de Dilma.

Em julho de 2017, o ex-presidente foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Em abril de 2018, ele teve a prisão decretada pelo então juiz Sergio Moro e, alguns dias depois, se entregou à Polícia Federal após um ato na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Em 2021, uma decisão do ministro do Supremo, Edson Fachin, anulou as condenações e tornou Lula elegível. Na decisão, Fachin considerou que a 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos casos da Lava Jato relacionados à Petrobras, não era a instância competente para julgar Lula — para o ministro, as acusações ao ex-presidente não tinham relação direta com a Petrobras.

Em abril do mesmo ano, o plenário do Supremo confirmou a decisão e enviou os processos para a Justiça Federal do Distrito Federal.

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