Jeniffer Gularte/O Globo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que a decisão da Meta sobre a moderação de conteúdo em suas plataformas é “extremamente grave”. Ele chamou uma reunião para discutir o assunto. O fundador e CEO da gigante, Mark Zuckerberg, anunciou na terça-feira uma série de medidas que serão adotadas nas redes sociais da empresa (Facebook, WhatsApp e Instagram) para afrouxar as políticas de moderação de conteúdo.
— Vou fazer uma reunião hoje para discutir a questão da Meta. Eu acho que é extremamente grave as pessoas quererem que a comunicação digital não tenha a mesma responsabilidade do cara que comete um crime na imprensa escrita — disse Lula no final da manhã. Ele completou: — É como se um cidadão pudesse ser punido porque ele faz uma coisa na vida real e não pudesse ser punido se ele faz porque ele faz a mesma coisa na digital.
No início da tarde, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República afirmou que Lula convocou nesta quinta-feira uma reunião sobre as resoluções da Meta e que o encontro tem previsão para ocorrer nesta sexta-feira.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) também se manifestou sobre as mudanças anunciadas pela Meta, afirmando que as big techs devem ser responsabilizadas e que a regulamentação das plataformas digitais é fundamental.
— Não é possível você ter uma plataforma de presença global, sem responsabilidade, sem responsabilização. Não pode desinformar as pessoas, não pode caluniar, mentir, difamar, precisa ter responsabilidade — disse em entrevista à Rádio Eldorado.
O presidente também falou que é necessário que as legislações dos países sejam respeitadas.
— O que nós queremos, na verdade, é que cada país tenha a sua soberania resguardada. Não pode um cidadão, dois cidadãos, não podem três cidadãos acharem que podem ferir a soberania de uma nação.
A empresa anunciou na terça-feira uma guinada radical em sua política de moderação de conteúdo, que coloca a empresa alinhada ao futuro governo de Donald Trump. Em um vídeo de mais de cinco minutos, o fundador e CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou que a empresa vai abandonar o programa de checagem de fatos e permitir mais conteúdos políticos. Para analistas no Brasil e no exterior, essa mudança representará um retrocesso e alimentará a desinformação.
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