Em entrevista publicada no SaibaMais, o portal de esquerda diz que o vice-governador admitiu que o desejo do PCdoB é compôr a chapa majoritária em papel de destaque. Tendo sido comunicado por Fátima de que Walter Alves será seu vice, a intenção do partido seria ocupar a 1ª suplência, que foi prometida ao senador Jean.
Deu assim no SaibaMais: “Fomos comunicados, sim, que o PC do B não estaria na chapa para vice-governador. Mas o partido entende que contribuiu para a eleição e o governo e acredita que tem condições de estar na chapa”, disse Antenor, admitindo que o espaço para a sigla pode ser a primeira suplência na pré-candidatura para o Senado, vaga a ser ocupada pelo ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves.
Fontes ouvidas pelo Debate Potiguar confirmam que o desejo de Fátima Bezerra é indicar Antenor Roberto para a 1ª suplência. Por ora, o acordo para a indicação do comunista esbarra em outro acordo, firmado entre Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, e o senador Jean, lhe garantindo a vaga de suplente.
O PCdoB compõe a federação partidária composta ainda por PT e PV. Na terça-feira, a cúpula comunista se reuniu com o presidente estadual do PT, Junior Souto, e reforçou a posição do partido de que uma colocação adequada para a legenda na chapa governista não poderia ser nada inferior à 1ª suplência.
Os defensores da indicação de Antenor para a 1ª suplência sustentam que o papel desempenhado pelo vice-governador, sobretudo em pautas importantes como a segurança pública, e a lealdade e o apoio de primeira hora do partido à Fátima justificam o pleito. Na perspectiva de formação de uma frente ampla para as eleições de outubro, alegam que caberia ao PT abrir mão da 1ª suplência para contemplar os comunistas.
Ainda ao SaibaMais, Antenor disse: “O que o partido não entende é que não esteja de alguma maneira na chapa. Por que o PC do B seria tão diminuído de uma eleição para outra?”
Por outro lado, argumentam também que Fátima já teria cedido ao PT nacional na indicação de Walter Alves para vice. A ida do MDB para chapa governista contou a articulação de Lula e visa a garantir o apoio do partido a sua candidatura no Nordeste.
Vale ainda lembrar que as convenções que definirão as chapas só serão realizadas em julho ou começo de agosto. Até lá, há tempo para que essas e outras movimentações alterem o quadro das alianças. O que resta saber é como o senador Jean reagirá a tais movimentos, que eclodem pouco após sua desistência de concorrer à vaga que hoje lhe pertence. Ao desistir de ser candidato, Jean confiou seu futuro político ao PT. Por ora, parece improvável que o mexam de posição. Mas muitos acreditavam que não caberiam dois Alves na chapa petista, e couberam. Tudo pode acontecer tem sido o mantra desse período pré-eleitoral.