Terminam as “prévias” para a eleição de outubro

O período da janela partidária, em que os políticos poderiam se filiar a novos partidos para concorrer nas eleições de outubro, se encerrou neste sábado. Foi uma verdadeira prévia das eleições. Em grande parte, os acordos e nominatas fechadas vão condicionar as escolhas do eleitor.

As trocas de partido e os acordos fechados até agora praticamente resolvem boa parte das eleições. À margem da participação do eleitor, as chapas limitam o número daqueles que terão reais chances de se eleger. É por isso que o noticiário político vem dando tanta importância às trocas de legenda mesmo de candidatos dos quais se espera pequenas votações. Esses poucos votos somados decidirão quem se elege e quem não se elege.

Candidatos de 5, 10 ou 15 mil votos foram disputados com todos os recursos disponíveis, pois montar uma boa chapa determina o potencial dos candidatos mais votados. Nesse jogo, espaços em governos, promessas de fundo eleitoral, de cessão de bases etc são moedas usuais. Os chamados bate esteira serão decisivos em outubro.

Para se ter uma ideia disso, o Debate Potiguar fez uma projeção do quociente eleitoral para este ano. Calculamos que serão necessários 217 mil votos para garantir a eleição de um federal e 75 mil para estadual. Segundo nossas projeções, apenas quatro nominatas devem atingir o quociente com relativa facilidade, elegendo de cara um deputado federal cada. As quatro vagas restantes serão disputadas por outras quatro chapas que consideramos viáveis. Contudo, essas quatro vagas ou parcela delas podem ir para as sobras.

Segundo nossas projeções, para eleger dois deputados federais diretamente uma chapa teria que obter 434 mil votos. Nenhuma chapa no estado parece ter tais possibilidades. Caso alguma das quatro chapas que disputam as últimas vagas não alcance 217 mil votos, a vaga irá para a sobra.

Para a definição de quem levará as sobras se utiliza o método das médias. No caso, dividindo a votação total por 2. As maiores frações fazem o segundo deputado federal. É pelas sobras que calculamos que a federação liderada pelo PT elegerá dois federais, por exemplo.

Mas tem outro detalhe: só têm direito garantido a disputar as sobras as chapas que elegerem o primeiro deputado diretamente. As demais só se qualificam para a redistribuição caso atinjam 80% do quociente, porção que projetamos para 173,6 mil votos. Com menos que isso, qualquer partido estaria fora da disputa.

E tem mais, anota aí: para ser eleito, um candidato precisa ter no mínimo 20% do quociente (projetamos essa margem para 43,4 mil votos, no caso de deputados federais). Com menos que isso, mesmo que o partido obtenha no conjunto os 217 mil votos necessários, o candidato perderia a vaga, que iria para as sobras.

Tudo isso faz parte da política e da democracia. Mas é bom que se saiba para não ser pego de surpresa. Por isso, ao longo dos próximos dias, analisaremos chapa a chapa, apontando as possibilidades abertas pelas “prévias” e os candidatos que surgem com possibilidade de vitória. Também esclareceremos outras regras eleitorais pouco conhecidas. Nos acompanhe.

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